Lula abaixou as calças para Trump pegar nossas Terras Raras
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- há 20 minutos
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O governo dos Estados Unidos retira tarifas do Brasil e, neste dia doze de dezembro, anuncia também a retirada de sanções contra um ministro do Supremo Tribunal Federal.
O acordo secreto entre o governo brasileiro e o governo americano envolvendo a excedência brasileira de terras raras não foi amplamente abordado pela mídia nacional. Trata-se de uma troca desigual em que quem saiu ganhando foi certamente o governo dos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, o governo de Donald Trump tem sinalizado um recuo significativo nas tarifas comerciais impostas ao Brasil, marcando uma reviravolta nas relações bilaterais que vinham se deteriorando desde o início de seu segundo mandato.
Em julho, as taxas sobre produtos brasileiros, como aço e alumínio, foram elevadas para patamares entre quarenta e cinquenta por cento, o que representou um golpe para as exportações nacionais, estimado em perdas bilionárias para setores-chave da economia. No entanto, fontes do Itamaraty confirmam que, a partir de novembro, reduções progressivas foram implementadas.
O aço caiu de cinquenta para vinte e cinco por cento, enquanto o alumínio passou de quarenta para dez por cento. Isenções adicionais foram concedidas para etanol, carne bovina e outros itens agrícolas, aliviando a pressão sobre produtores brasileiros e abrindo o caminho para um comércio mais fluido.
Esse movimento foi celebrado pelo Palácio do Planalto como uma vitória da diplomacia, mas analistas questionam os custos reais por trás dessa aparente concessão. Hoje, veio o anúncio mais recente e surpreendente: a retirada do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sanções da lei Global Magnitsky, divulgada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
A decisão remove as restrições impostas em julho e setembro, que incluíam congelamento de bens e proibições a transações financeiras em território americano. Moraes, alvo de críticas por decisões judiciais vistas como rigorosas contra desinformação e atos antidemocráticos, recupera agora plenos direitos de mobilidade e acesso a ativos.
O comunicado oficial é lacônico, sem justificativas explícitas, o que deixa uma dúvida persistente no ar: por que os Estados Unidos sob Trump estão recuando de medidas que pareciam alinhadas com interesses ideológicos e de apoio à oposição bolsonarista?
A resposta, segundo fontes próximas às negociações, reside em diálogos discretos e intensos travados por baixo dos panos, entre representantes do governo brasileiro e da administração Trump.
Esses encontros incluíram chamadas telefônicas entre Lula e Trump, além de reuniões em fóruns internacionais, visando principalmente ao acesso privilegiado dos Estados Unidos às vastas reservas de terras raras do Brasil.
Em troca, Washington oferece o levantamento das sanções e tarifas, configurando um acordo que, na superfície, beneficia ambos os lados, mas que, na essência, favorece amplamente os interesses americanos.
As terras raras, um grupo de dezessete elementos químicos essenciais para tecnologias de ponta, como baterias de veículos elétricos, semicondutores, turbinas eólicas e equipamentos de defesa, são o cerne dessa barganha.
O Brasil possui as terceiras maiores reservas conhecidas do mundo, concentradas em estados como Goiás, Minas Gerais e Amazonas, com potencial estimado em trilhões de dólares.
No entanto, o país exporta quase todo o minério bruto para a China, que domina cerca de oitenta e cinco por cento do refino global. Os Estados Unidos, preocupados com sua dependência estratégica, veem no Brasil uma alternativa vital para diversificar fornecedores e contrabalançar o avanço chinês.
Trump, em sua agenda “America First”, prioriza a segurança nacional em minerais críticos, e as negociações incluem propostas de investimentos americanos em refino local, parcerias com a Defense Logistics Agency e contratos de fornecimento preferencial.
Fontes indicam que acordos preliminares já foram esboçados, com empresas como Tesla e Boeing manifestando interesse em joint ventures. Essas preocupações dos Estados Unidos em relação à China vão além da economia: trata-se de uma disputa geopolítica pela hegemonia tecnológica e pela influência na América do Sul.
Pequim tem expandido sua presença na região por meio de investimentos em infraestrutura e mineração, como no lítio argentino e no cobre chileno, ameaçando isolar os Estados Unidos de recursos-chave.
No caso das terras raras, o controle chinês permite que Pequim use esses minerais como arma em tensões comerciais, como visto em embargos passados contra o Japão. Trump, temendo um avanço tecnológico irreversível da China em áreas como inteligência artificial e veículos autônomos, vê as reservas brasileiras como um trunfo inestimável.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em entrevista que as riquezas do Brasil surgem como potencial para negociação com o governo Trump, enfatizando a necessidade de um diálogo altivo e soberano.
Como o presidente Lula diz, não há nada que não possa estar na mesa, desde que seja respeitada a soberania dos países. Silveira criticou os países ricos por não cumprirem acordos ambientais, como os de Copenhague e Paris, e destacou a compatibilidade entre transição energética e exploração mineral.
Essas declarações foram feitas em meio à COP trinta, onde o Brasil angariou cinco bilhões e meio de dólares para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, incluindo três bilhões da Noruega. Líderes globais posaram para a tradicional foto de família, simbolizando compromissos climáticos.
Mas as negociações com os Estados Unidos expõem tensões. Várias jazidas de terras raras estão próximas à Amazônia e uma exploração acelerada pode colidir com metas ambientais.
Nesse contexto, não se trata de uma vitória do governo brasileiro, mas sim de uma conquista estratégica dos Estados Unidos. As terras raras representam um valor incalculável, essenciais para a economia global do futuro, enquanto o levantamento de sanções e tarifas, embora benéfico a curto prazo, é reversível e condicionado.
Opositores como Eduardo Bolsonaro lamentam, afirmando que se trata de um abandono de Trump à luta pela liberdade. Ambientalistas alertam para riscos à soberania e ao meio ambiente, enquanto o Planalto defende o pragmatismo. O acordo, se concretizado, pode redefinir alianças na América Latina, mas a que preço para o Brasil?



