EDITORIAL — A Persistente Crise dos Crimes Policiais no Brasil
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de jul.

A presença policial é frequentemente associada a ações repressivas desproporcionais, que resultam em traumas coletivos e elevados índices de letalidade
Adauto Jornalismo Policial*
No Brasil contemporâneo, a atuação das forças policiais tem se tornado objeto de intenso debate, em decorrência da recorrência de episódios de violência e abusos de autoridade cometidos por agentes do Estado. Tais condutas afrontam os princípios fundamentais da democracia e comprometem o pacto civilizatório que deve reger a segurança pública*.
Especialmente nas comunidades periféricas, a presença policial é frequentemente associada a ações repressivas desproporcionais, que resultam em traumas coletivos e elevados índices de letalidade. Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que mais de 5 mil pessoas morreram em decorrência de intervenções policiais em 2023 — sendo a maioria jovens, negros e residentes de áreas marginalizadas.
Apesar de medidas pontuais voltadas à formação e capacitação profissional dos agentes, a responsabilização por desvios de conduta permanece insuficiente. Investigações são frequentemente lentas e inconclusivas, e os mecanismos internos de controle carecem de transparência e efetividade. Essa lacuna institucional contribui para a perpetuação da impunidade e aprofunda o descrédito da população em relação à Justiça e às instituições de segurança.
Opinião
A crescente falta de controle sobre as instituições policiais no Brasil tem gerado preocupação e indignação entre membros do Judiciário. O aumento de crimes cometidos por agentes da própria polícia evidencia falhas estruturais, impunidade e ausência de mecanismos eficazes de fiscalização. Juízes denunciam a escalada da violência institucional e alertam para uma grave crise na Segurança Pública, marcada pela perda de credibilidade, tensão social e riscos à democracia. — José Adauto Ribeiro da Cruz — Jornalismo Policial
Importa destacar que a crítica ao modelo vigente não pretende desqualificar o trabalho honesto de inúmeros profissionais que exercem suas funções com integridade. Contudo, é imperativo que o Estado promova uma ampla reforma estrutural no sistema de segurança pública, pautada pela valorização dos direitos humanos, pela modernização dos protocolos operacionais e pela participação ativa da sociedade civil.
A proteção da cidadania não pode coexistir com práticas arbitrárias ou violentas. A urgência de repensar o papel da polícia na sociedade brasileira é uma demanda ética e institucional — e dela depende o fortalecimento da democracia e do Estado de Direito.
José Adauto Ribeiro da Cruz — Jornalista Reg. ABJ-4386
EDITOR DO SITE CRIMES POLICIAIS
Data: 11 de julho de 2025
* Com recursos de Inteligência Artificial
REFERÊNCIAS:
A Persistente Crise dos Crimes Policiais no Brasil

