Estados Unidos se preparam para fazer ataques em terra
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- há 3 dias
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Em terra é muito mais fácil de atacar e pode acontecer ainda com mais frequência. Foram as palavras de Donald Trump, que já tinha falado sobre fazer ataques ao território, com os Estados Unidos triplicando a sua presença militar na região do Caribe, principalmente em torno da Venezuela.
Quais são os países que estão dando suporte e terreno aos americanos rumo à derrubada de Nicolás Maduro? À medida que o ano se aproxima do fim, o regime ditatorial de Nicolás Maduro na Venezuela enfrenta seu momento mais crítico, com sinais claros de que o colapso pode ocorrer em questão de semanas. Sob a liderança do presidente Donald Trump, os Estados Unidos intensificam uma operação militar no Caribe que, embora oficialmente voltada ao combate ao narcotráfico, posiciona forças para uma possível intervenção direta. Maduro, isolado e com alianças internacionais enfraquecidas, responde com declarações de guerra, prometendo defender o país com armas.
Essa escalada não só ameaça transformar a região em um campo de batalha, mas também revela uma complexa rede de aliados caribenhos que fornecem suporte logístico essencial aos americanos, preparando o terreno para ataques navais, aéreos e até terrestres. O Brasil, com sua extensa fronteira, emerge como um ponto estratégico para capturas seletivas de líderes chavistas e chefes de cartéis, acelerando o que pode ser o fim de uma era de duas décadas de chavismo.
A operação dos Estados Unidos, conhecida como Lança do Sul, iniciou-se em agosto com o envio de navios de guerra para interceptar embarcações suspeitas de transportar drogas da Venezuela. Desde então, mais de 20 ataques ocorreram em águas internacionais, causando dezenas de mortes e elevando a tensão a níveis inéditos. Trump, em entrevistas recentes, afirmou que Maduro tem os dias contados e não descartou ações terrestres, declarando que todas as opções estão sobre a mesa para restaurar a democracia.
Analistas do Pentágono estimam que os recursos atuais, incluindo dois porta-aviões nucleares, caças avançados e mais de 15.000 militares, são suficientes para ataques iniciais com mísseis, visando neutralizar defesas antiaéreas venezuelanas fornecidas pela Rússia. O verdadeiro objetivo, segundo observadores, vai além das drogas: controlar as vastas reservas petrolíferas do país e eliminar um aliado de potências rivais como China e Irã.
Essa mobilização depende de uma aliança estratégica com países e territórios caribenhos que oferecem bases, radares e pontos de reabastecimento, formando uma linha de suprimentos que facilita operações contra a Venezuela. Aruba, Bonaire e Curaçao, territórios holandeses próximos à costa venezuelana, hospedam instalações americanas para monitoramento aéreo e marítimo. Essas ilhas, a apenas 80 km de distância, permitem sobrevoos de drones e aviões bombardeiros, com o risco de retaliação de Caracas gerando tensão local.
Trinidade e Tobago, ainda mais perto, a apenas 11 km, fornecem aeroportos para treinamento de fuzileiros navais americanos e modernização de radares, além de reabastecimento de combustível. A primeira-ministra local enfatizou a cooperação como medida contra o crime organizado, mas negou permissão para ataques ofensivos sem provocação. A República Dominicana destaca-se pelo apoio mais explícito, com o presidente Luiz Abinader autorizando o uso de bases aéreas e aeroportos para transporte de tropas e equipamentos. Beneficiada por tratados comerciais com os Estados Unidos, a nação caribenha vê na parceria uma oportunidade para combater o fluxo de migrantes e drogas que a afetam diretamente.
Granada, por sua vez, instalou radares em seu aeroporto principal para vigilância antidrogas, enquanto Porto Rico e as Ilhas Virgens Americanas servem como centros logísticos principais, com bases reativadas abrigando caças e suprimentos. Essa rede não só apoia ataques navais contra embarcações venezuelanas, mas também pavimenta o caminho para uma fase mais agressiva: mísseis lançados de submarinos ou porta-aviões seguidos de operações especiais para capturar alvos de alto valor.
Nesse contexto, o Brasil posiciona-se como um elemento chave para ações terrestres. Compartilhando uma fronteira extensa com a Venezuela, o país oferece potencial para bases no norte, como em Roraima, ideais para incursões rápidas, visando líderes chavistas como Diosdado Cabello ou figuras ligadas ao Cartel dos Sóis. Embora o governo brasileiro mantenha uma postura cautelosa, priorizando diálogos regionais, a cooperação com Trump e inteligência contra o narcotráfico cresceu com propostas para prender criminosos foragidos. Especialistas acreditam que Brasília poderia servir como plataforma para capturas seletivas, evitando uma invasão em larga escala e acelerando a desestabilização do regime.
Diante dessa ameaça multifacetada, Maduro e seus aliados endurecem a retórica. Na noite de terça-feira, 9 de dezembro, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, discursou em Caracas durante as comemorações da batalha de Ayacucho, afirmando que a Venezuela está preparada para enfrentar um eventual ataque e que a determinação do país está reforçada com armas. Ele destacou a dignidade da Força Armada Nacional Bolivariana em responder às agressões imperialistas dos Estados Unidos, convocando a nação a defender a soberania por terra, mar e ar.
López enfatizou alianças com o Irã, reforçadas em uma recente ligação telefônica entre Maduro e o presidente iraniano, consolidando um acordo de 20 anos, e alertou que qualquer invasão seria combatida com milícias armadas. Essa solidariedade, segundo ele, será pelas armas, ecoando um chamado para resistência total.
No entanto, a realidade interna da Venezuela pinta um quadro de fragilidade: hiperinflação, escassez de alimentos e uma oposição exilada que planeja juramentar Edmundo González Urrutia como presidente legítimo em Oslo, com Maria Corina Machado como vice. Deserções nas Forças Armadas aumentam e o apoio popular a Maduro erode com protestos sufocados por repressão.
Trump, apostando em uma vitória rápida antes do fim de seu mandato, vê na intervenção uma chance de “limpar a casa” na América Latina. Mas o risco de uma guerra prolongada com envolvimento russo ou chinês assombra a região. O fim de Maduro parece inevitável, mas o custo humano e geopolítico pode ser alto. Enquanto os Estados Unidos consolidam sua rede no Caribe e o Brasil observa de perto, Caracas se arma para o confronto. O mundo aguarda o próximo movimento em um jogo onde a ditadura chavista pode cair não por eleições, mas pela força.


