SEGURANÇA PÚBLICA — Prefeitutra de BH afirma que não há data para retirar guardas de centros de saúde
- José Adauto Ribeiro da Cruz
- 21 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de ago.

Retirada da Guarda Municipal dos centros de saúde: entre discursos vagos e insegurança concreta
Adauto Jornalismo Policial*
O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), afirmou que não há nada decidido sobre a retirada da Guarda Municipal dos centros de saúde da capital mineira.
A declaração, no entanto, contrasta com informações repassadas por agentes da própria guarda, que indicam que cerca de 87% das unidades deixariam de contar com a presença desses profissionais já a partir desta quarta-feira (20). A aparente desconexão entre o discurso oficial e a realidade operacional levanta dúvidas sobre a transparência e o planejamento da gestão.
Durante coletiva, Damião justificou que o Executivo está estudando formas de “otimizar a segurança pública em um todo.” A frase, vaga e genérica, não esclarece quais medidas estão sendo consideradas nem como a retirada dos guardas se encaixa nesse suposto processo de otimização.
O prefeito ainda afirmou: “Um trabalho que estamos fazendo dentro da prefeitura, desde o começo da gestão em janeiro, é sobre a segurança da cidade. Quando se fala da segurança, falamos em todos os locais da cidade, seja nas ruas, no hipercentro, ou seja dentro dos centros de saúde, onde as pessoas reclamam muito também.” Apesar do reconhecimento das queixas, não há qualquer proposta concreta apresentada para lidar com elas.
Damião destacou que não há data para mudanças na segurança dos centros de saúde, mas indicou que estudos da Prefeitura apontam o estresse como principal fator de conflitos nas unidades. “A pessoa já chega estressada para poder ser atendida e acaba gerando algum tipo de problema. Mas não significa que, para resolver o problema que foi gerado, tem que ser um guarda, um policial.”
A tentativa de atribuir os episódios de insegurança ao estado emocional dos pacientes soa como uma simplificação perigosa, que ignora a complexidade das situações enfrentadas por profissionais da saúde e usuários do sistema.
O prefeito ainda tentou tranquilizar a população ao afirmar: “Se tirarmos os guardas dos centros de saúde, é porque vamos continuar mantendo a segurança de uma outra forma. A segurança dali de dentro, ninguém vai tirar. A forma de se fazer segurança ali dentro pode ser que mude.” No entanto, até o momento, não foi apresentada nenhuma alternativa concreta, o que torna a promessa de manutenção da segurança apenas retórica.
Durante a coletiva, Damião reforçou que a segurança pública é prioridade do Executivo: “Estamos melhorando a qualidade da segurança pública em Belo Horizonte. Apesar de que os discursos de todos os prefeitos anteriores era de que a segurança é dever do estado.
Segurança é dever do prefeito também.” A fala, embora enfática, entra em contradição com a ausência de planejamento e diálogo com os servidores. “Temos que participar da segurança da nossa cidade através da Guarda Municipal, e é isso que estamos fazendo. Apoiamos e nos aproximamos da segurança que é feita pelo estado, mas Belo Horizonte tem que dar os passos dela”, completou. A retirada da guarda dos centros de saúde, sem substituição clara, parece ser um passo na direção oposta.
A reação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) foi imediata. A entidade convocou uma assembleia e declarou estado de mobilização. Segundo o sindicato, os servidores “aguardam que a prefeitura apresente uma proposta concreta em relação à segurança nas unidades de saúde.”
O coordenador Israel Arimar reconheceu que os guardas foram alocados nas unidades sem estrutura adequada: “os guardas nas unidades de centro de saúde, de fato, têm razão em reclamar que foram colocados nessas unidades sem um preparo para recebê-los, sem locais adequados para eles fazerem a troca de fardamento.”
O sindicato defende que a saída da guarda não pode ocorrer de forma abrupta
“A gente entende isso, tem essa compreensão também. Só que o posicionamento do Sindibel sempre foi que, ao invés de ter a guarda municipal, que a prefeitura retornasse com os porteiros – que foram demitidos em 2014 –, e colocasse segurança privada. Então, o nosso entendimento, é que não dá para a guarda sair de forma abrupta, sem que a prefeitura apresente uma proposta que dê segurança para os trabalhadores da saúde”, finalizou.
A gestão municipal, ao que tudo indica, está diante de um impasse: entre discursos que prometem prioridade à segurança e ações que geram insegurança e desinformação. Enquanto isso, os profissionais da saúde e a população seguem à mercê da indefinição.
Se quiser, posso transformar esse texto em uma nota pública, editorial ou até um roteiro para vídeo. É só me dizer o formato que você precisa.
"A gente entende isso, tem essa compreensão também. Só que o posicionamento do Sindibel sempre foi que, ao invés de ter a guarda municipal, que a prefeitura retornasse com os porteiros - que foram demitidos em 2014 -, e colocasse segurança privada. Então, o nosso entendimento, é que não dá para a guarda sair de forma abrupta, sem que a prefeitura apresente uma proposta que dê segurança para os trabalhadores da saúde", finalizou.
* Com suporte de IA Copilot fornecido pelo Microsoft
REFERÊNCIAS: