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Ucrânia se Vinga e Deixa Moscou no Escuro provocando Caos na Rússia

  • Foto do escritor: José Adauto Ribeiro da Cruz
    José Adauto Ribeiro da Cruz
  • 20 de out.
  • 6 min de leitura

Em Zaporizhzhia, na madrugada de 10 de outubro de 2025, ocorreu o maior-ataque-coordenado-russo desde o início da guerra. Foram utilizados 465 drones e 32 mísseis em alvos espalhados por toda a Ucrânia.


  — Imagem/Reprodução: O local foi completamente destruído, em um ataque estratégico à capacidade de produção militar russa.

Adauto Jornalismo Policial* com informações militares do canal @Realidade Militar


Em Zaporizhzhia, na madrugada de 10 de outubro de 2025, ocorreu o maior ataque coordenado russo desde o início da guerra. Foram utilizados 465 drones e 32 mísseis em alvos espalhados por toda a Ucrânia.


Putin queria mandar uma mensagem — e conseguiu. Mas a Ucrânia respondeu de forma inesperada, com um ataque vindo de 1.400 quilômetros dentro do território russo, deixando meio milhão de russos no escuro. E isso foi apenas o começo.


A estratégia russa de usar o inverno como arma já é conhecida. Naquela noite, a Rússia realizou mais uma ofensiva contra infraestrutura civil ucraniana, repetindo o padrão dos últimos três anos.


Essa tática, chamada de "weaponizing winter", consiste em quebrar a resistência da população civil ao tirar luz, água e aquecimento durante o frio, forçando o governo a se render para aliviar o sofrimento.


Em Kyiv, 800 mil pessoas ficaram sem eletricidade e 2 milhões sem água. Em Kharkiv, Sumy e Dnipropetrovsk, houve apagões generalizados.


A Rússia utilizou mísseis avançados como o Kinzhal, hipersônico, e o Iskander, balístico tático e extremamente preciso. São armas caras e sofisticadas, feitas para penetrar defesas aéreas avançadas.


A estratégia russa tem um nome técnico: "vitória pelo volume". A ideia não é que cada míssil ou drone acerte o alvo, mas lançar tantos que alguns inevitavelmente passarão, mesmo com boas defesas.


Naquela noite, mesmo com as forças ucranianas derrubando 405 dos 465 drones e 15 dos 32 mísseis, os que passaram causaram destruição massiva.

Segundo as leis internacionais, isso configura crime de guerra.


Atacar deliberadamente infraestrutura civil essencial viola as Convenções de Genebra. A Corte Penal Internacional já indiciou o ex-Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu e o Chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov por ataques semelhantes.


Enquanto cidades ucranianas mergulhavam na escuridão, a televisão estatal russa transmitia uma narrativa surpreendente: os ataques foram chamados de "humanitários".


A justificativa era que, ao destruir a infraestrutura ucraniana, a Rússia estaria tentando salvar vidas ao forçar o governo Zelensky a negociar a paz.


Essa propaganda cria uma realidade paralela onde a Rússia é vista como salvadora, e essa narrativa funciona internamente, reforçando a ideia de que o governo está agindo corretamente.


Menos de 24 horas após o ataque, sirenes soaram em Belgorod, região russa na fronteira com a Ucrânia. Foi a terceira vez em duas semanas, mas desta vez a Ucrânia atacou a principal usina térmica de Luch, deixando meio milhão de pessoas sem eletricidade.


O governador tentou minimizar, alegando que os apagões foram causados por detritos, mas vídeos nas redes sociais mostraram incêndios e explosões em subestações críticas.

A Ucrânia continuou sua ofensiva.


Drones ucranianos atacaram uma fábrica em Donetsk que produzia drones FPV e munições. O local foi completamente destruído, em um ataque estratégico à capacidade de produção militar russa.


O ataque mais impressionante ocorreu em Ufa, capital da República de Bashkortostan, a 1.400 quilômetros da fronteira ucraniana. Um drone ucraniano atingiu a refinaria de Bashneft, uma das três maiores da Rússia, que abastece diretamente as forças armadas.


O ataque causou incêndio e paralisação parcial das operações. Foi o terceiro ataque ucraniano na região só em outubro, demonstrando capacidade, não sorte.


Drones caseiros ucranianos estão voando mais de mil quilômetros dentro do território russo e atingindo alvos estratégicos. Isso é possível graças à tecnologia desenvolvida pela Ucrânia, com sistemas como Liutyi, Fire Point e Ruta, todos de produção doméstica.


A Ucrânia já realizou ataques coordenados com até 300 drones simultaneamente.

Além disso, a inteligência americana tem papel crucial. Desde julho, os Estados Unidos fornecem dados detalhados para apoiar os ataques ucranianos de longo alcance contra o setor energético russo.


Essa inteligência permite que os drones evitem os sistemas de defesa aérea S-400, tornando os ataques ainda mais eficazes.


Para que um drone se torne uma arma de precisão, é essencial saber exatamente onde uma refinaria é mais vulnerável, quando os turnos de radar mudam e onde estão os pontos cegos. Essa inteligência transforma um equipamento relativamente barato — que custa entre cinquenta a cem mil dólares — em uma ameaça real.


Em comparação, um míssil russo Kinzhal custa cerca de dez milhões de dólares. A matemática favorece a Ucrânia, e quando se adiciona inteligência de qualidade, a efetividade dos ataques aumenta exponencialmente.


O impacto desses ataques na economia russa é significativo. Embora se fale em uma destruição de até 38% da capacidade de refino, esse número representa a soma das dezesseis refinarias atacadas em agosto e setembro, assumindo que todas foram totalmente destruídas — o que não é o caso. Muitas continuam operando, embora com capacidade reduzida.


Equipes de reparo russas conseguem restaurar algumas unidades rapidamente, mas a produção de gasolina caiu 10%, segundo o jornal russo Kommersant. A produção total de refino caiu abaixo de cinco milhões de barris por dia, o menor nível desde a primavera de 2022.


Essa queda se traduz em perdas financeiras. Em setembro, as receitas com exportações de produtos petrolíferos caíram 13% em relação ao mês anterior, e o volume exportado caiu 9%. Isso obriga a Rússia a exportar mais petróleo bruto, que é menos lucrativo que produtos refinados como diesel e gasolina, resultando em margens menores e menos arrecadação tributária.


O impacto mais visível, porém, está dentro da Rússia. O presidente Zelensky afirmou que os ataques causaram uma escassez de combustível equivalente a até 20% da demanda russa. Isso se reflete em filas nos postos, preços em alta e cidadãos russos sentindo os efeitos diretos da guerra. Como resposta, o governo russo proibiu a exportação de gasolina — uma medida que revela desespero, não força.


A Agência Internacional de Energia projeta que as refinarias russas não se recuperarão totalmente até pelo menos meados de 2026. As sanções ocidentais dificultam o acesso a componentes e tecnologias essenciais para reparos complexos.


A Rússia depende de alternativas menos avançadas, como as oferecidas pela China, o que implica em reparos mais lentos, tecnologia inferior e custos mais altos.


Esse cenário cria um dilema estratégico para Putin. Para proteger refinarias e instalações críticas espalhadas pelo país, ele precisa realocar sistemas de defesa aérea como o S-400, extremamente valiosos.


Mas ao fazer isso, ele cria vulnerabilidades em outras regiões, como Moscou ou a linha de frente. A iniciativa mudou: agora é a Ucrânia que escolhe onde atacar, e a Rússia precisa se defender em seu próprio território.


Esse é um exemplo claro de guerra assimétrica. Com investimentos relativamente baixos em drones de longo alcance, a Ucrânia está causando bilhões de dólares em danos, perdas de receita e caos logístico no coração da economia russa.


O custo-benefício é excepcional para a Ucrânia, enquanto para a Rússia, defender centenas de instalações vulneráveis em um território vasto é extremamente caro.


A propaganda russa, por sua vez, continua tentando distorcer a realidade. Após os ataques, um comentarista sugeriu que países europeus como Bélgica e França deveriam pagar reparações à Rússia pelos danos causados pelos drones ucranianos.


A lógica apresentada é que qualquer fundo de ativos russos congelados usado para ajudar a Ucrânia será contabilizado como dívida futura que os aliados europeus terão que pagar.


Essa inversão de narrativa — onde o agressor se apresenta como vítima — serve para preparar a população russa para um conflito mais longo e justificar os custos crescentes da guerra. Cria uma realidade paralela onde a Rússia é vista como alvo de uma conspiração ocidental.


Durante três anos, a guerra parecia distante para os russos. Ela acontecia na Ucrânia, enquanto suas cidades funcionavam normalmente. Mas agora, pela primeira vez desde 2022, os russos estão sentindo o impacto diretamente — nas bombas de gasolina, nos apagões, nas notícias sobre refinarias em chamas em regiões antes consideradas seguras.


Putin queria usar o inverno como arma contra a Ucrânia. Agora, são os russos que estão no escuro. E aquela mensagem que ele tentou enviar? A Ucrânia respondeu — alto e claro — de 1.400 quilômetros de distância.



* With AI Copilot support provided by Microsoft



REFERÊNCIAS:

@viesmilitar

@jovempannews

                 

 
 
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