Alvos específicos são selecionados dentro da Venezuela para ataques aéreos
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- há 9 horas
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Em um gesto que ecoa ações de intervenções passadas, mas com a precisão letal da era da guerra assimétrica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já determinou a seleção de alvos específicos dentro da Venezuela para ataques aéreos com bombardeiros e caças de última geração.
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Imagine esquadrões de F-35 stealth cortando o céu noturno, guiados por inteligência de satélites e drones, enquanto o porta-aviões USS Gerald Ford, o gigante nuclear da marinha americana, posiciona-se como uma sentinela inabalável nas águas do Caribe. Essa não é mera retórica, é uma operação militar em gestação que questiona: será este o fim da paciência diplomática com o regime de Nicolás Maduro?
O ditador venezuelano, acusado de transformar seu país em epicentro do narcotráfico sul-americano, é visto por analistas militares não só como alvo de uma ofensiva antidrogas, mas como parte de um cálculo estratégico para desmantelar uma ditadura que os Estados Unidos equiparam ao nível dos maioristas globais, como os líderes da Al-Qaeda ou do Estado Islâmico.
Fontes de alto escalão em Washington, consultadas pela CNN e confirmadas por agências de inteligência, revelam que Trump autorizou a CIA a mapear e priorizar fábricas de produção de cocaína escondidas em regiões remotas da Venezuela, como as selvas do Orinoco e as áreas fronteiriças com a Colômbia.
Esses alvos, descritos como instalações fortificadas de processamento químico, não são meros galpões improvisados. Relatórios da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) os pintam como complexos industriais clandestinos, protegidos por milícias leais ao regime e equipados com laboratórios que convertem pasta base em toneladas de pó branco destinado aos mercados americanos.
Maduro, rotulado pelos Estados Unidos como o líder supremo do narcoterrorismo na América do Sul, é comparado explicitamente a figuras como Osama bin Laden — um veredito que, segundo autoridades americanas, anula qualquer possibilidade de negociação.
“Não se dialoga com quem envenena nações”, teria dito Trump em reunião privada, ecoando sua campanha de 2024, que prometia uma limpeza total das rotas tóxicas que alimentam a crise de overdoses nos Estados Unidos.Essa determinação surge em meio a uma tensão palpável no Caribe, onde os Estados Unidos já mobilizaram uma força naval avassaladora.
O USS Gerald Ford, descrito pela Marinha como a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo, lidera um agrupamento de ataque que inclui três contratorpedeiros — USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill — esquadrões de caças F-18 Super Hornet, helicópteros de combate MH-60 Seahawk e jatos F-35 Lightning II baseados em Porto Rico.
Somam-se a isso um submarino de ataque, embarcações de desembarque anfíbio e cerca de 10 mil militares, incluindo fuzileiros navais treinados para incursões rápidas em solo hostil.
O deslocamento do porta-aviões, partindo do Mediterrâneo, com chegada prevista em poucos dias às águas sul-americanas, coincide com manobras conjuntas anunciadas com Trinidad e Tobago, um país caribenho a meros quilômetros da costa venezuelana.
No domingo, o contratorpedeiro USS Gravel ancorará na capital Port of Spain para exercícios que simulam bloqueios navais e interceptações aéreas — um ensaio claro para cenários de escalada.
O pano de fundo dessa mobilização é uma campanha implacável contra o narcotráfico marítimo, que já resultou em ataques a barcos suspeitos em águas internacionais próximas à Venezuela e à Colômbia.
Desde o início da operação, em setembro de 2025, a Marinha dos Estados Unidos afundou embarcações ligadas a cartéis como o Tren de Aragua, designado como organização terrorista por Trump, resultando na captura de dezenas de indivíduos identificados como traficantes armados.
Esses incidentes, justificados como defesa da pátria contra o terrorismo, foram coordenados pelo Pentágono sob a diretriz presidencial de desmantelar organizações criminosas transnacionais.
Sean Parnell, porta-voz do Departamento de Defesa, postou na rede social XI: “Este envio apoia a visão do presidente de conter o veneno que ameaça nossas ruas com força letal, se necessário.”
Mas por trás da fachada antidrogas paira uma agenda mais ampla: enfraquecer a ditadura de Maduro, que os Estados Unidos acusam de facilitar o fluxo de cocaína como ferramenta de financiamento estatal.
Relatórios da DEA e da ONU confirmam que, embora a Venezuela não seja um produtor primário de coca — com plantações concentradas na Colômbia, Peru e Bolívia — o país serve como rota pivotal de trânsito, com laboratórios locais processando até 20% do volume que chega aos Estados Unidos.
Maduro, indiciado em 2020 por narcoterrorismo e agora elevado ao panteão dos maioristas do mundo em briefings do governo Trump, responde com fúria. Em transmissão de rádio e TV, o ditador acusou os Estados Unidos de inventar uma guerra eterna contra uma nação livre de produção de cocaína.
Um vídeo recente divulgado em inglês mostra Maduro implorando pela paz, mas fontes americanas o descartam como propaganda vazia. “Ele não tem pressa para cair, mas nós temos”, disse um funcionário sênior à CNN.
A operação em solo, se autorizada, envolveria bombardeiros B-1B Lancer e B-52 Stratofortress para ataques iniciais de precisão, seguidos por caças F-35 para supressão de defesas antiaéreas venezuelanas — um arsenal que supera em tecnologia qualquer força regional.
O planejamento interinstitucional, envolvendo o Departamento de Estado, a CIA e o Comando Sul, foca em minimizar baixas civis, mas Trump já sinalizou flexibilidade: “Não vou pedir declaração de guerra ao Congresso. Vamos simplesmente eliminar quem traz drogas para nosso país”, afirmou à CNN.
O secretário de Estado, Marco Rubio, endossou o foco em rotas de drogas, enquanto defensores internos veem na campanha uma alavanca para fissuras no chavismo, potencialmente levando a uma mudança de regime sem invasão total.
Reações na América Latina acentuam o risco de uma doutrina Monroe 2.0, com os Estados Unidos estendendo olhares para a Colômbia, onde sanções recentes atingiram o presidente Gustavo Petro por suposta leniência com traficantes.
No Brasil, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, em viagem à Indonésia, condenou os bombardeios de barcos: “É melhor ações conjuntas com polícias locais do que invadir soberanias. Onde fica o respeito aos países vizinhos nessa moda?”
Sua crítica ressalta o temor de spillover. Rotas transfronteiriças poderiam arrastar nações como o Brasil para o vórtice. Enquanto o USS Gerald Ford ruma ao sul, carregando o peso de 90 aeronaves e a capacidade de lançar 5 mil toneladas de munição, o mundo observa.
Trump, com sua retórica de “sem misericórdia para narcoditadores”, parece ter fechado a porta para a diplomacia. Resta saber se os primeiros mísseis cairão sobre as selvas venezuelanas antes do fim do ano, ou se Maduro, encurralado, apostará em uma contraofensiva que incendie o Caribe.
Em um continente marcado por desigualdades e sombras do passado colonial, esta é a equação militar que define não só o destino de um ditador, mas o equilíbrio de poder na América do Sul.
REFERÊNCIAS:
@viesmilitar
@jovempannews

