CRIMES DE SEGURANÇAS — Empresário assassinado por segurança foi deixado para morrer ao relento
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- há 12 horas
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O episódio, além de trágico, revela falhas no sistema de saúde e na estrutura social brasileira.

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O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, morreu na última sexta-feira, 24 de outubro, após ser brutalmente agredido por um segurança em uma adega localizada em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Após o soco, Santos caiu desacordado no chão. Durante dez minutos, permaneceu imóvel, sem qualquer assistência. O agressor e outro homem o arrastaram para a lateral da calçada, abandonando-o ali, inconsciente.
Nenhuma medida de socorro foi tomada. O resgate só foi acionado duas horas depois, por um transeunte que se sensibilizou com a cena — um retrato da apatia coletiva diante do sofrimento alheio.
Levado ao Hospital Municipal de Guarulhos, Paulo foi internado com traumatismo craniano. A ausência de documentos, resultado de um roubo ocorrido após a agressão, impediu sua identificação imediata.
Sem o cartão do plano de saúde, foi encaminhado à rede pública, mesmo tendo direito a atendimento particular. A burocracia e a falta de integração entre os sistemas de saúde o condenaram a um atendimento tardio e precário.
Durante esse período, Paulo foi tratado como um “indivíduo com calça e camisa pretas”, segundo relato dos advogados da família.
Sua identidade só foi descoberta após uma enfermeira atender a ligação de um amigo, que, ao ser informado do estado grave do paciente não identificado, correu ao hospital.
A identificação tardia e a ausência de protocolos eficazes para casos emergenciais expõem a fragilidade da saúde pública e a desumanização dos atendimentos.
Paulo era pai de duas crianças — um menino de 14 anos e uma menina de 7. Empresário do ramo de eletrônicos, mantinha uma loja no bairro Santa Ifigênia, no centro de São Paulo.
Sua morte não é apenas resultado de uma agressão, mas também da negligência institucional e da falência de um sistema que deveria proteger vidas.
O segurança responsável pela agressão foi preso em Arujá, também na Grande São Paulo, e o caso está sendo investigado como homicídio.
Mas a violência que tirou a vida de Paulo não se limita ao soco que recebeu — ela se perpetua na omissão, na lentidão do socorro, na burocracia que impede o acesso à saúde, e na indiferença de uma sociedade que normaliza o abandono.
NOTA DO EDITOR
Publicamos aqui nosso comentário que destaca a falta de regulamentação e fiscalização na contratação de pessoas na profissão de segurança privada, com base nesse episódio envolvendo Paulo Vinícius dos Santos, assassinado por um segurança em São Paulo.
O trágico episódio que resultou na morte do empresário Paulo Vinícius dos Santos expõe não apenas a violência urbana, mas também uma grave lacuna na regulamentação e fiscalização da atividade de segurança privada em estabelecimentos comerciais no Brasil.
A atuação de seguranças — muitas vezes contratados sem formação adequada, sem registro profissional e sem qualquer supervisão — representa um risco real à integridade física dos cidadãos.
PRISÃO

A ausência de critérios rigorosos para contratação, treinamento e controle desses profissionais permite que indivíduos despreparados exerçam funções que exigem equilíbrio emocional, conhecimento legal e técnicas de contenção não violenta.
No caso de Paulo, a agressão desproporcional e a omissão de socorro revelam não só a brutalidade do ato, mas a completa negligência de protocolos mínimos de conduta.
Além disso, a fiscalização por parte dos órgãos competentes é falha ou inexistente. Muitos estabelecimentos operam com segurança terceirizada ou informal, sem que haja verificação de antecedentes, certificações ou cumprimento das normas da Polícia Federal — responsável por autorizar e fiscalizar empresas de segurança privada.
Enquanto não houver uma política pública séria que regulamente e fiscalize com rigor essa atividade, tragédias como essa continuarão a ocorrer, alimentadas por um sistema permissivo que normaliza a violência e a impunidade. Segurança não pode ser sinônimo de força bruta — deve ser sinônimo de preparo, responsabilidade e respeito à vida.
A morte de Paulo Vinícius dos Santos, vítima de agressão por um profissional irregular e negligência hospitalar do Sistema Único de Saúde, escancara a crise na saúde e na segurança pública — resultado direto da omissão do Congresso Nacional, que falha em regulamentar profissões de risco e investir e fiscalizar políticas públicas eficazes
José Adauto Ribeiro da Cruz — Jornalista Reg. ABJ-4386
EDITOR DO SITE CRIMES POLICIAIS
Data: 16 de Agosto de 2025
With AI Copilot support provided by Microsoft*
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REFERÊNCIAS:

