Durante o governo Lula mais uma instituição submerge na lama
- José Adauto Ribeiro da Cruz
- 29 de set.
- 3 min de leitura
O Exército Brasileiro atravessa uma crise inédita e sem precedentes. Pela primeira vez na história recente, o comandante da força, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, enfrenta uma ação judicial movida por militares da própria corporação, colocando em xeque a credibilidade de uma das instituições mais tradicionais do país.
Adauto Jornalismo Policial* com informações do canal @viesmilitar
Documentos, provas e relatos internos apontam supostas irregularidades em concursos e processos seletivos internos que definem promoções, cargos estratégicos e benefícios para milhares de oficiais em todo o Brasil. O que deveria ser rotina virou um escândalo que ameaça abalar os alicerces do Exército e expõe um clima de desconfiança e tensão nos quartéis.
As alegações contra o comandante envolvem sua atuação como chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército. Segundo a denúncia, os concursos internos foram conduzidos sem respeitar princípios básicos da administração pública.
Os critérios de avaliação não eram divulgados de forma clara, os candidatos não tinham acesso às notas ou correções, e não havia possibilidade de contestação dos resultados. Isso gerava a sensação de que as decisões poderiam ter sido influenciadas por fatores externos, alheios ao mérito.
A ação civil pública, registrada sob o número 100639284.2022.4.01.3400, tramita na 22ª Vara Federal Cível da sessão judiciária de Brasília. Ela questiona um sistema que, na prática, define quem sobe de patente, quem assume cargos de comando e quem recebe adicionais salariais significativos.
Os militares que moveram a ação afirmam que os prejuízos são institucionais, e não apenas individuais, apontando para um modelo sistêmico que comprometeria a credibilidade do Exército.
Dentro dos quartéis, o impacto foi devastador. Fontes ligadas à tropa relatam um clima de desconfiança e desconforto. Para muitos oficiais, o fato de um comandante enfrentar um processo movido por integrantes da própria força abre uma ferida difícil de cicatrizar.
Alguns enxergam o episódio como uma tentativa de enfraquecer a autoridade do general, enquanto outros veem como uma oportunidade de expor falhas históricas nos processos internos de promoção e seleção.
Enquanto o processo segue seu curso, o general continua no comando, mas a pressão cresce. Especialistas alertam que uma eventual condenação poderia desencadear um efeito dominó, com questionamentos em larga escala sobre promoções e cursos realizados nos últimos anos.
O momento é delicado. O Exército, já envolvido em debates políticos, agora encara uma crise interna que pode abalar sua credibilidade. Nunca antes um comandante da força terrestre havia sido judicialmente desafiado por seus próprios subordinados.
Analistas consideram o caso um terremoto institucional, com potencial para gerar novas ações e exigir mudanças profundas nos mecanismos internos da carreira militar.
O episódio, que deveria ser apenas mais um capítulo burocrático na Justiça Federal, transformou-se em um escândalo nacional. A cada detalhe revelado, cresce a sensação de que estamos diante de um marco histórico: o momento em que militares se levantaram contra seu próprio comandante.
O general Tomás Miné, nomeado em 1º de janeiro de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometia estabilidade e unidade. Agora, enfrenta um processo que pode abalar sua liderança e colocar o Exército em uma das maiores crises institucionais das últimas décadas.
A ação foi ajuizada em 2022, divulgada como conclusa para julgamento em abril de 2024 pela revista Sociedade Militar, mas permanece sem decisão até setembro de 2025.
O caso levanta questões sobre transparência e moralidade nos processos seletivos militares, com implicações significativas para a carreira do general e para a credibilidade das instituições militares brasileiras.
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