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Editorial | Avenida Guarapari — quando o lazer vira ameaça à cidadania

  • Foto do escritor: José Adauto Ribeiro da Cruz
    José Adauto Ribeiro da Cruz
  • há 13 minutos
  • 2 min de leitura
 — Imagem/Reprodução: A Audiência Pública contou com a presença de moradores e autoridades.
— Imagem/Reprodução: A Audiência Pública contou com a presença de moradores e autoridades.

A Avenida Guarapari, no bairro Santa Amélia, tornou-se um símbolo de um dilema urbano que se repete em diversas cidades brasileiras: o conflito entre o direito ao lazer e o direito ao sossego.


O que deveria ser um espaço de convivência e dinamismo econômico transformou-se em um epicentro de desordem, insegurança e degradação social.


A audiência pública realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte nesta segunda-feira (1º/9) escancarou uma realidade que os moradores já conhecem bem — festas clandestinas, brigas, uso de drogas, poluição sonora e episódios de violência que se estendem até altas horas da madrugada.


A consequência? Uma rotina marcada por noites insones, prejuízos à saúde mental, desvalorização imobiliária e sensação de abandono por parte do poder público.


Não se trata de criminalizar o comércio ou o entretenimento, mas de reconhecer que a ausência de regulação eficaz e fiscalização contínua transforma o que poderia ser um polo de cultura e lazer em um território de exceção.


A troca constante de CNPJs por bares para escapar de punições é apenas um dos sintomas de um sistema que falha em garantir a ordem e a responsabilidade.


 — Imagem/Reprodução: Fiscalização e forças policiais atuarão em conjunto contra os abusos na Guarapari.
— Imagem/Reprodução: Fiscalização e forças policiais atuarão em conjunto contra os abusos na Guarapari.

As ações integradas entre Prefeitura, Polícia Militar, Guarda Municipal e outros órgãos são louváveis — 99 operações conjuntas até agosto deste ano mostram esforço. Mas esforço sem resultado é apenas estatística.


A população quer dormir, viver com segurança, caminhar pelas ruas sem medo ou repulsa. Quer dignidade.


O Projeto de Lei 431/2025, que propõe ampliar o poder de autuação da Polícia Militar nos casos de poluição sonora, é um passo importante.


Assim como a proposta de restringir o horário de funcionamento de bares no estilo distribuidora.


Mas é preciso ir além: criar uma “Patrulha do Sossego”, ampliar canais de denúncia, responsabilizar reincidentes e, sobretudo, ouvir a comunidade.


A cidade precisa decidir que tipo de convivência quer promover. O silêncio não é inimigo da liberdade — é condição para que ela exista de forma justa. E o barulho da Avenida Guarapari, neste momento, não é som de festa. É o grito de uma população que exige respeito.


José Adauto Ribeiro da Cruz — Jornalista Reg. ABJ-4386

EDITOR DO SITE CRIMES POLICIAIS

Data: 16 de Agosto de 2025



* Com suporte de IA Copilot fornecido pelo Microsoft


 

REFERÊNCIAS:

                 

 
 
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