A crise invisível: quando o policial vira o autor do crime
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- 19 de jul.
- 2 min de leitura

Adauto Jornalismo Policial*
O Brasil vive um paradoxo inquietante: enquanto se busca mais segurança, aumentam os casos em que os próprios policiais são autores de crimes violentos
Só no estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e abril de 2025, foram 285 mortes causadas por policiais, um crescimento de 34% em relação ao mesmo período do ano anterior.
E os dados não param por aí: o estado também lidera em mortes de agentes de segurança, com 37 registros, representando 52% do total nacional.
O que está acontecendo com as instituições policiais? Especialistas apontam falhas na gestão, falta de inteligência estratégica e uma cultura de confronto que parece estar fora de controle.
Juízes e representantes do Judiciário têm feito alertas contundentes. Para eles, o avanço da violência institucional coloca em risco não apenas vidas, mas a confiança da população e os pilares da democracia. A professora Jacqueline Muniz, da UFF, resume bem o cenário: “Não há rendição. Nem por parte de criminosos, nem dos policiais”.
Apesar de iniciativas como o Mapa da Segurança Pública 2025, que apontou redução dos homicídios dolosos no país, o RJ se destaca negativamente, sendo o único estado com aumento simultâneo nos três principais indicadores de violência.
A crise reacende o debate sobre uma urgente reforma nas polícias brasileiras. A PEC da Segurança Pública, aprovada recentemente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, propõe integração das forças e financiamento estável para o setor — mas será suficiente?
Enquanto mudanças não saem do papel, magistrados continuam cobrando mais fiscalização, transparência nas operações e punições efetivas para excessos cometidos.
Resta saber: o Brasil vai enfrentar de frente essa crise, ou continuar ignorando o fato de que quem deveria proteger, muitas vezes, está gerando medo?
* Com recursos de Inteligência Artificial
REFERÊNCIAS:

