Defesa vai realizar simulação de guerra próximo à Venezuela para se blindar da crise entre Maduro e EUA
- José Adauto Ribeiro da Cruz
- há 5 dias
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Análise Tática e Estratégica da Operação Atlas
Adauto Jornalismo Policial*
O Ministério da Defesa do governo Lula (PT) prepara para o fim de setembro a Operação Atlas, um exercício militar de grande envergadura que envolverá o deslocamento de tropas a cerca de 30 km da fronteira com a Venezuela.
A operação, que mobiliza o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, será realizada nos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima — regiões de alta sensibilidade geopolítica e estratégica.
Objetivos Táticos
Simulação de Defesa de Fronteira: A movimentação de tropas visa testar a capacidade de resposta rápida das Forças Armadas em cenários de defesa territorial, especialmente em áreas de difícil acesso e com baixa infraestrutura.
Integração Interforças: O exercício promove a interoperabilidade entre as três forças, essencial para operações conjuntas em ambiente amazônico, caracterizado por selva densa, rios extensos e clima hostil.
Logística de Longo Alcance: O deslocamento de efetivos de outras regiões do país permite avaliar a eficiência da cadeia logística militar em situações de mobilização nacional.
Considerações Estratégicas
Discreta Projeção de Poder: Embora oficialmente desvinculada da crise entre Nicolás Maduro e Donald Trump, a operação reforça a presença militar brasileira em uma zona de tensão internacional, sinalizando capacidade de vigilância e soberania.
Prevenção de Incidentes Diplomáticos: A antecipação da comunicação aos países vizinhos e aos EUA demonstra prudência estratégica, evitando interpretações equivocadas que poderiam escalar conflitos.
Neutralidade Ativa: Ao reforçar que a operação não está relacionada à crise venezuelana, o Brasil adota uma postura de neutralidade ativa — mantendo sua autonomia estratégica sem se alinhar diretamente a nenhuma potência envolvida.
Riscos e Sensibilidades
Percepção Internacional: O ministro José Múcio Monteiro reconhece o risco de a operação ser interpretada como uma resposta à escalada entre EUA e Venezuela, especialmente após o envio de destróieres americanos à costa caribenha e a mobilização de milícias por Maduro.
Tensões Bilaterais com os EUA: A participação chinesa em exercícios conjuntos no Brasil e o cancelamento da Conferência Espacial das Américas indicam um esfriamento nas relações militares com Washington. A suspensão da Operação Formosa e da CORE 2025 reforça essa leitura.
Ambiente de Cooperação Volátil: A crise diplomática entre os governos Lula e Trump pode comprometer futuras colaborações militares, exigindo recalibragem estratégica nas parcerias internacionais do Brasil.
Doutrine de Defesa
A Operação Atlas representa um marco na doutrina de defesa brasileira, combinando treinamento operacional com gestão diplomática em um contexto geopolítico delicado.
Ao mesmo tempo em que fortalece a prontidão das Forças Armadas, o exercício exige habilidade política para evitar que ações legítimas de defesa sejam interpretadas como provocação ou alinhamento estratégico.
Recursos Empregados
Principais equipamentos, tecnologias e sistemas de armamentos empregados na Operação Atlas 2025, com foco na capacidade de projeção de poder, interoperabilidade e defesa da soberania nacional.
Equipamentos, Tecnologias e Armamentos na Operação Atlas
A Operação Atlas é o maior exercício conjunto das Forças Armadas brasileiras em 2025, envolvendo deslocamento estratégico e manobras táticas em ambiente amazônico. A complexidade da missão exige o uso de tecnologias avançadas e sistemas de combate adaptados ao terreno hostil da região.
Mobilidade e Logística
Viaturas Blindadas: Colunas de blindados como o Guarani 6x6 e o M113 foram deslocadas por mais de 4.500 km, demonstrando a capacidade de mobilidade terrestre em longas distâncias.
Tratores e Pontes Móveis: Equipamentos de engenharia de combate foram empregados para transpor obstáculos naturais, como rios e áreas alagadas.
Navios de Apoio Logístico: O NDCC Almirante Saboia, da Marinha, foi utilizado para transportar tropas e equipamentos até Roraima, reforçando a capacidade anfíbia e fluvial.
Comando, Controle e Interoperabilidade
Sistemas C2 (Comando e Controle): A operação testa a integração dos sistemas de comunicação entre Exército, Marinha e Aeronáutica, garantindo coordenação em tempo real mesmo em áreas de baixa conectividade.
Drones e Sensores Remotos: Utilizados para reconhecimento de terreno, vigilância de fronteiras e apoio à inteligência tática.
Satélites Militares: Apoiam o monitoramento da região amazônica, reforçando a consciência situacional e a segurança das comunicações.
Armamentos e Sistemas de Artilharia
ASTROS II: Sistema de foguetes e mísseis de artilharia de saturação, capaz de atingir alvos a dezenas de quilômetros. Foi deslocado por rodovias e embarcado em balsas, demonstrando flexibilidade logística.
Armas Leves e Pesadas: Fuzis IA2, metralhadoras MAG e lançadores de granadas foram empregados nas simulações de combate em selva.
Helicópteros de Ataque e Transporte: Modelos como o HM-4 Jaguar e o H225M foram usados para infiltração de tropas, evacuação médica e apoio aéreo aproximado.
Ambiente Multidomínio
Operações Terrestres, Fluviais e Aéreas: A operação contempla ações simultâneas em diferentes domínios, com patrulhas em rios, incursões terrestres e cobertura aérea.
Simulações de Guerra Irregular: Cenários de combate assimétrico foram incluídos para treinar as tropas em situações de insurgência, narcotráfico e defesa de fronteiras.
Impacto Estratégico
A Operação Atlas não apenas reforça a prontidão das Forças Armadas, mas também envia um sinal claro de que o Brasil possui autonomia tecnológica e capacidade operacional para proteger sua Amazônia — uma região estratégica e frequentemente alvo de pressões internacionais.
* Com suporte de IA Copilot fornecido pelo Microsoft
REFERÊNCIAS: