Revista Fórum diz que PM divulgou foto de motorista de app como narcoterrorista
- José Adauto Ribeiro da Cruz

- 3 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de nov.

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O motorista por aplicativo William Pinheiro Moura, de 31 anos, tornou-se vítima de uma grave falha que expõe o despreparo e negligência de autoridades e veículos de comunicação.
Ele precisou recorrer às redes sociais para desmentir uma absurda acusação que o ligava a um dos presos durante a chacina nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro — uma operação que já deixou mais de 120 mortos e segue cercada de controvérsias.
Natural de Piripá, na Bahia, e morador de Vitória da Conquista, William foi surpreendido ao ver sua imagem — retirada indevidamente de sua carteira de habilitação — sendo associada ao Comando Vermelho. Sem nunca ter pisado no Rio de Janeiro, ele se viu injustamente rotulado como criminoso, vítima de uma fake news que escancarou a irresponsabilidade na apuração dos fatos e o uso leviano de dados pessoais.
Com a repercussão da falsa acusação, William passou a receber ameaças e mensagens de pânico de amigos e familiares. O medo de represálias o obrigou a interromper seu trabalho, afetando diretamente sua subsistência. “Fiquei sem chão! Sou trabalhador. Nunca estive no Rio de Janeiro e, de repente, me vi sendo acusado de algo que nunca fiz. Estou com muito medo. Desde o ocorrido, não saio de casa”, desabafou.
O advogado Sadraque José Serafim Ribeiro alertou para o risco à integridade física e à vida de William, causado pela associação irresponsável à facção criminosa. A exposição indevida não apenas compromete sua segurança, como também revela o quanto a presunção de inocência tem sido ignorada em operações que deveriam prezar pela verdade e pela justiça.
Em vídeo publicado em seu perfil, William reafirmou sua inocência e denunciou o absurdo da situação: “Nunca fui preso, nunca fui investigado. Estou em liberdade, em minha cidade. Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas.”
William já acionou advogados e pretende responsabilizar judicialmente os autores da divulgação criminosa. Seu caso é um alerta urgente: não se pode normalizar erros que colocam em risco a vida de cidadãos inocentes. A polícia e a imprensa têm o dever de apurar com rigor — e não de transformar trabalhadores em alvos por mera negligência.
REFERÊNCIAS:


