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NARCOTERRORISMO — Combate ao Cartel dos Sois legitima guerra entre Trump e Maduro

  • Foto do escritor: José Adauto Ribeiro da Cruz
    José Adauto Ribeiro da Cruz
  • 21 de set.
  • 5 min de leitura

Donald Trump está de olho em Nicolás Maduro. Os Estados Unidos vincularam o presidente venezuelano ao Cartel de los Soles, uma organização que rotularam de terrorista e fundamental para a chegada de substâncias ilegais aos Estados Unidos.


 — Imagens/Reprodução: DEA — Governo dos Estados Unidos.
 — Imagens/Reprodução: DEA — Governo dos Estados Unidos.

Adauto Jornalismo Policial*


É por isso que o Departamento de Estado dos EUA lançou um cartaz de "procurado" apresentando Maduro como o inimigo público número um e oferecendo a quantia nada desprezível de US$ 50 milhões em troca de informações sobre seu paradeiro.


Uma mobilização sem precedentes dos Estados Unidos


O principal motivo desta campanha é justamente cercar e destruir o Cartel de los Soles, para o qual os militares estadunidenses também destacaram vários navios de guerra em águas caribenhas, na costa da Venezuela. Mas o que exatamente é esse grupo que tem agravado as tensões entre os dois países como nunca antes?


Essa organização, cuja existência não é comprovada, estaria diretamente ligada às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela e operaria desde a década de 1990. Diz-se que suas funções se concentram no tráfico ilegal de drogas e combustíveis, além da extração e contrabando de minerais.


Foi em 1993 que as ligações entre dois generais da Guarda Nacional Venezuelana e o mundo do narcotráfico vieram à tona, e quando o nome "Cartel de los Soles" começou a ser usado para essa rede criminosa, uma referência (com os sóis) às insígnias que os militares do país usam em seus uniformes.


Não é um cartel, mas uma conspiração narcoterrorista


O grupo, supostamente, tem conexões com outras redes criminosas em outros países latino-americanos, como Colômbia e México, além de uma relação com o governo venezuelano.


De acordo com o site International Crisis Group, ranto no governo de Hugo Chávez quanto no de Nicolás Maduro, vários membros de alto escalão das Forças Armadas foram acusados de traficar substâncias ilegais e de ter laços estreitos com a guerrilha colombiana.


Essa relação teria levado à consolidação de uma rede corrupta que permite e oculta — em troca de propina — práticas ilegais como o tráfico de drogas através das fronteiras do país ou por meio de portos e aeroportos clandestinos.


Na mesma linha, o veículo especializado Insight Crime também destaca que o Cartel de los Soles não faz jus ao seu nome, pois, diferentemente dos cartéis, que têm uma estrutura centralizada em torno de um grande líder, esta é uma organização descentralizada, vinculada às Forças Armadas venezuelanas e motivada unicamente pelo lucro.


A "impunidade sistemática" dos políticos venezuelanos por meio dessas práticas também seria fundamental para comprar a lealdade dos membros das Forças Armadas, que receberiam grandes somas de dinheiro para compensar seus baixos salários públicos, garantindo assim a continuidade de seu poder. Um sistema que continua em operação desde a era Chávez, de acordo com a Insight Crime.


"Não responde a um único líder"


"É um cartel atípico: uma estrutura criminosa dentro do Estado venezuelano, uma rede informal de corrupção que não responde a um único líder", disse Mercedes de Freitas, diretora executiva da ONG Transparência Internacional para a Venezuela, ao jornal El País.


"A atuação de grupos criminosos na Venezuela não é alheia ao Estado. (...) Maduro faz parte dos nós que dirigem essas redes, ganha muito dinheiro e compensa sua falta de legitimidade mantendo essa estrutura", enfatiza Freitas, lembrando que o Cartel de los Soles é "fundamental para a sobrevivência do regime".


A corrupção como mecanismo de controle


"Desde que Chávez chegou ao poder, a corrupção tem sido usada como um mecanismo de controle: você sabe que um certo general ou ministro está envolvido no tráfico de drogas ou na pilhagem de recursos públicos, e você tem controle sobre eles", observou Phil Gunson, analista sênior do Crisis Group na Venezuela, no El País.


Os processos movidos pela Casa Branca também o descrevem desta forma: "O Cartel de los Soles é uma organização venezuelana de tráfico de drogas composta por militares e oficiais do governo de alta patente". E acrescentam: "Inicialmente, era liderado por Chávez. Após sua morte, Maduro assumiu a presidência e liderou o tráfico massivo de cocaína da organização".


Essa situação levou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em 2020 — durante o mandato anterior de Trump como presidente — a acusar Nicolás Maduro e outros membros de seu governo de tráfico de drogas e a classificar a Venezuela como um "narcoestado".


Para a Casa Branca, Maduro é o chefe dessa organização, mas atrás dele estão outros atores importantes, como Diosdado Cabello, o segundo em comando do regime chavista; o ex-vice-presidente Tareck El Aissami; o ministro da Defesa, Vladimir Padrino; e o presidente da Suprema Corte, Maikel Moreno.


O professor Ramón Cardozo, da Universidade Católica de Monteávila e da Universidade Metropolitana de Caracas, explica para a Deutsche Welle (DW) que vários países, além dos Estados Unidos, designaram o Cartel de los Soles como um grupo terrorista, como Argentina, Equador, Paraguai, Peru e República Dominicana, justificando-o como uma "ameaça à segurança hemisférica".


"A questão se torna uma prioridade do Estado; ações podem ser tomadas com evidências razoáveis (sem esperar por uma condenação) para cortar fundos, logística e movimentos; e a cooperação em inteligência, assistência judicial e alertas compartilhadas é acelerada", observou Cardozo, referindo-se às últimas ações no continente pelos governos desses países.


Muito dinheiro para os cofres de políticos e militares


Embora Maduro negue que haja qualquer produção de substâncias ilícitas na Venezuela, a realidade parece bem diferente. Um relatório do movimento Transparência Internacional aponta o país sul-americano como a origem de um quarto da c o c a í n a mundial, enquanto o governo teria arrecadado US$ 8,236 bilhões com o narcotráfico somente em 2024.


Apontado em julho pela Casa Branca por apoiar grupos como o Trem de Aragua, da Venezuela, e o Cartel de Sinaloa, do México, em suas operações, o Cartel de los Soles parece ter se tornado a melhor desculpa para Trump dar o passo final para derrubar Nicolás Maduro. Será este o fim do regime chavista?



* With AI Copilot support provided by Microsoft


 

REFERÊNCIAS:

                 


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